As nuvens se encolheram,
abrindo caminho no céu,
revelando a infinitude do vazio.
O vento não soltou a voz;
os animais se aninharam silenciosamente;
as ondas se largaram, mansamente;
o sol e a lua se encontraram no espaço;
as hastes das plantas se dobraram
e as flores encostaram as pétalas na relva,
em gesto de reverência;
os galhos das árvores se uniram,
como se fossem mãos em prece.
A natureza se prostrou,
usufruindo a beleza da revelação.
Só os homens,
mergulhados no ruído do fazer,
nada viram,
nada ouviram…
Nem entenderam
por que tudo aconteceu…
Adélia Maria Woellner, Infinito de Mim