Adélia Prado

Adélia Prado – Amor feinho

adélia prado
image_pdfimage_print

Eu quero amor feinho. 
Amor feinho não olha um pro outro. 
Uma vez encontrado, é igual fé, 
não teologa mais. 
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo 
e filhos tem os quantos haja. 
Tudo que não fala, faz. 
Planta beijo de três cores ao redor da casa 
e saudade roxa e branca, 
da comum e da dobrada. 
Amor feinho é bom porque não fica velho. 
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é: 
eu sou homem você é mulher. 
Amor feinho não tem ilusão, 
o que ele tem é esperança: 
eu quero amor feinho.

Adélia Prado, Bagagem

Você gostou deste poema?

Você Pode Gostar Também

Sem comentários

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.