O cão
Que faz ão, ão
É bom amigo como os que o são!
É bom amigo, bom companheiro,
É valente, fiel, verdadeiro,
Leal, serviçal,
E tem bom coração
Que o diga o seu dono, se ele o tem ou não!
Quem vem de fora, a gente
E chega a casa, é o cão
Quem diz primeiro, todo prazenteiro,
Saltando e rindo
Contente,
E com olhos a brilhar de amor:
– “Ora seja bem vindo
O meu senhor”
O cão
Que faz ão, ão
É bom amigo como os que o são!
Afonso Lopes Vieira, Canto infantil
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´´E magnífica toda a divulgação que se faça da poesia. Pena que nem sempre ela venha completa.
Este poema ao CÃO de Afonso Lopes Vieira é muito maior. Vamos ver se consigo recordar o restante do poema que aqui não é publicado:
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O cão , que faz ão ão,
É bom amigo como os que o são.
Que o diga o cego se ele é ou não.
Nunca viram passar pelo caminho
O ceguinho
Levando pela mão o seu cão?
Que seria do cego, coitadinho
Sem o seu guia
Sem o carinho daquela dedicação
3
O cão, que faz ão ão,
É bom amigo como os que o são
Que o diga o pastor se ele o é ou não.
O pastor leva o rebanho
E vai-se ouvindo
O som lindo
Dos chocalhos muito finos
No ar tinindo
Como pequeninos sinos.
O pastor leva o rebanho.
E quem guarda os cordeirinhos e as mães
Dos lobos maus e vorazes?
São os cães.
São os cães, bravos e valentes,
Que aos lobos dizem assim:
Andem, façam-lhes mal
Se são capazes!
E os lobos, de longe
Miram os cordeirinhos contentes,
Mas não se atrevem
Com medo dos cães valentes,
E dos seus dentes!
O cão, que faz ão ão,
É bom amigo como os que o são.
Não garanto que esteja completo, mas foi todo de memória, não o tenho escrito e aprendi-o na instrução primária, já lá vão 80 anos.
Quem gostar, como eu, que disfrute.
(Júlio David Ferreira)