No prédio há janelas citrinas
E à noite – quando cai a noite,
Rangem aldravas pensativas,
Homens aproximam-se afoitos.
E os portões fechados, severos;
Do muro – do alto do muro,
Alguém imóvel, alguém negro
Numera os homens sem barulho.
Eu, dos meus cimos, tudo ouço:
Ele os chama, com voz de aço,
Costas curvas, sofrido esforço.
O povo aglomerado em baixo.
Eles hão de entrar à porfia,
Hão de pôr às costas o fardo.
Riso nas janelas citrinas:
Tapearam os pobres-diabos.
Alexander Blok, Poemas Russos