de madeira pintado de preto
fecha os olhos e tenta se aproximar
perceber seu tamanho, profundidade
se tem cheiro se é maciço
sem porta para entrar ou sair
o modo como a luz bate
suave, meia-luz, a mínima
necessária para se ver o bloco
se não fosse por ela o bloco
mal existiria, seria tudo um mesmo escuro
sem contorno entre montanha
seus pés e meio-fio, o bloco
cabe no seu quarto em cima da cama
ainda sobra algum espaço nas laterais
uma nesga de lençol, mas não
o suficiente para caber
ela também
Alice Sant ́Anna, Rabo de Baleia