Por teus olhos negros, negros
Trago eu negro o coração,
De tanto pedir-lhe amores…
E eles a dizer que não.
E mais não quero outros olhos,
Negros, negros como são;
Que os azuis dão muita esp’rança,
Mas fiar-me eu neles, não.
Só negros, negros os quero;
Que, em lhes chegando a paixão,
Se um dia disserem sim…
Nunca mais dizem que não.
Almeida Garrett, Cinco séculos de sonetos Portugueses
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