Ana Bailune

Ana Bailune – Acorrentado

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De que adianta ser anjo,
Se estás preso a uma jura?

Quando as asas aprisionam,
Em um voo indesejado
E alcanças as alturas
Ao teu ego, acorrentado?

Ah, nada sabes
Do quanto ainda és escravo!

Pois um anjo verdadeiro
Voa, sem a pretensão
De chegar ao paraíso,
Pois o leva dentro em si.

De que adianta ser anjo,
Se não consegues sorrir?

Pois se temes esse mal
Que carregas em tua alma,
Dele, tu serás a vítima,
E te perderás de ti…

Pois um anjo, no espelho
Vê além do seu reflexo,
Vê a essência do Divino
Adormecida em seu plexo.

De que adianta ser anjo
Se tua reza não tem fé?

Ah, palavras que derramas,
Sem razão e sem porquê
Sobre um solo ressecado
Qual sementes a morrer.

Pois a oração de um anjo
Transcende toda a palavra,
É a flor do sentimento
Brotando de alma para alma.

De que adianta ser anjo,
Se não há felicidade,
Se não um paraíso,
Se não há uma verdade?

Ana Bailune, Volume I

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