Chovia dentro daquele menino
Exilado
Deserdado
Destronado.
Contou ao amigo que,
Numa noite em que viajava,
Criou reis e rainhas em seu reino
Onde pensou ser um rei.
Perdeu o controle de si
Quis possuir todas as paixões
Tornou-se indelicado
Quis se tornar “o senhor”,
Tornou-se sozinho
Viu-se em campo minado.
E o grande abraço,
O adeus
Do súdito querido
Movimentou seu reino sonhado
Deixou seu coração fragmentado
O súdito, seu herói se tornou
No momento
Que, amargurado, isso contou
Ao seu amigo, Deus, seu coração aliviou.
Do seu reinado destruído
O tabuleiro fechou.
Ser apenas um menino que brinca
É melhor do que brincar de ser rei.
Ana Lucia Ometto, Bolhas de sabão
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