Num dia bonito
Havia um solitário no parque
O banco que se sentava
Era visivelmente frio
Ele olhava para o relógio de tempos em tempos, num gesto aborrecido
Do seu lado, havia um canto a ser preenchido por casais que se amam
Amigos que observam os filhos a brincar e param ali para descansar e
conversar
Pelo professor que instrui seu aluno ou adolescentes que querem relaxar,
discutir sobre algo num lugar mais arejado.
Há tantas possibilidades de preencher um banco vazio e nem sempre
como os contados dos filmes bonitos
Assim, o espaço frio não foi preenchido naquele dia de sol.
Existia ali um homem calado do qual o riso fugiu e que olhava seu relógio
de tempos em tempos. Eram dez para dez, do dia vinte e três de maio de dois mil e dezenove.
Segurava algo nas mãos parecido com um diário, no qual, às vezes, escrevia.
O homem era o mais triste do jardim, se via de longe.
Uma pomba passou com uma luz infinita em sua frente
Ele levantou-se e se foi…
Ana Lucia Ometto, Bolhas de sabão
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