alguns de seus hábitos
usar à noite se possível
um de seus sonhos recorrentes
é bom encontrar uma vez ou outra pessoas
que conhecemos na infância
é bom nos esforçarmos por um tempo
para parecer com a lembrança delas
é bom topar de repente com um tanto de areia
no bolso de uma calça jeans
que há tempos não usamos
seguir as instruções do horóscopo de um signo
que rege um dia em que não nascemos
vestir-nos de acordo com a previsão do tempo
de uma cidade que nunca pensamos visitar
é bom ao menos uma vez na vida fazer uma viagem
em companhia de um parente morto
é bom escrever de vez em quando poemas
com viagens por dentro
com cidades e memórias de paisagens por dentro
que pareçam escritos
por outra pessoa
Ana Martins Marques, O Livro das semelhanças
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