Era uma vez uma galinha
Que entrou pela cozinha,
Onde havia uma panela,
Mas sem nada dentro dela.
Ouviu, então,
A voz fraquinha do patrão
Dizendo à cozinheira:
– “Não se arranja
Por aí uma canja?
Estou cheio de fome.”
Pôs a galinha um ovo e disse: – Come.”
E fugiu sem demora,
Antes que lhe chegasse a derradeira hora.
António Manuel Couto Viana, Versos de palmo e meio