Arthur Rimbaud – A eternidade
Outra vez na tarde!
Quê? – A Eternidade.
É o mar que parte
Com o vasto sol.
Alma sentinela,
Múrmuro confessar,
Desta noite nula
E do dia a brilhar.
Liberas-te então,
Humanos sufrágios,
Do entusiasmo vão
E voes conforme…
Visto que te calas,
Brasas de cetim,
O Dever se exala
E não diz: enfim.
Nada de esperança.
Destino deserto.
Ciência com paciência,
O suplício é certo.
Outra vez na tarde.
Quê? – A Eternidade.
É o mar que parte
Com o vasto sol.
Arthur Rimbaud, Antologia poética