Alma irmã de minha alma, espelho vivo
de outro espelho fio que te retrata,
alma de luz serena e intemerata,
cujo influxo de amor me tem cativo!
Bem sinto, que em mim vives e em ti vivo;
no entanto (e eis o desgosto que me mata!),
do amor a doce vaga me arrebata
e não posso atingir teu vulto esquivo.
O mesmo curso têm nossos destinos
do gozo o mel, da dor os desatinos
a um nada inspiram, sem que ao outro inspirem.
Mas, triste sorte! Ó bela entre as mais belas!
Eles são como duas paralelas;
– Próximos correm, sem jamais se unirem!…
Augusto de Lima, Símbolos