Sua coroa de espinhos
Eles lhe tiraram no caminho
Sem a distinção
Foi enterrado no chão.
Quando eles voltaram outro dia
Exaustos com o trabalho que urgia
Vejam só: rebentos
Saíam dos ramos espinhentos.
E, entre os rebentos, de vez em quando
No lusco-fusco se ouvia
Um sabiá assoviando
Uma doce melodia.
Eles quase não mais
Sentiam a morte ali, viam
Para além do tempo-espaço
Sorriam em sonhos, passo
A passo, sonhando de dia.
Bertolt Brecht, Poesia
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