Bráulio Bessa – A mão de um amigo
É justo quando um espinho
perfura seu coração
que você se aperreia
por um amigo, um irmão,
um conhecido, um parente
que sinta o que você sente
e lhe estenda a mão.
O mundo gira e tritura
feito um perverso moinho.
Cava buraco, põe pedra
no meio do seu caminho.
E nessa dura jornada
tem muita pedra pesada
que não se tira sozinho.
Avalie só o peso
da pedra da solidão,
da derrota, da tristeza,
da dor, da decepção,
de tantas pedras que a gente
vai enfrentar pela frente
quer você queira ou não.
Não adianta desviar
deixando a pedra pra trás
se lembre que o mundo gira
num movimento voraz
e lhe obriga a voltar
pra dessa vez enfrentar
o que lhe tirou a paz.
É aí nesse momento
confuso, fraco e cansado
que em vez de olhar pra frente
o cabra olha pro lado
e o medo se faz ausente
pois tem gente com a gente
mesmo tudo dando errado.
Tem gente que lhe diz tudo
que você precisa ouvir
sem sequer abrir a boca,
fazendo você sentir
que por mais que seja duro,
que o caminho seja escuro,
a gente tem que seguir.
Tem gente que lhe entende
às vezes sem concordar
que aceita os seus defeitos
sem precisar lhe mudar
e mesmo que você erre
esse alguém não vai julgar.
Gente precisa de gente
pra sentir cumplicidade
sentir amor, confiança,
segurança e lealdade.
Por isso, nesse caminho,
quem quer caminhar sozinho
não é forte de verdade.
Que o amor seja presente,
que sempre lhe fortaleça,
que a vida lhe dê amigos,
que você sempre agradeça,
que a cada sofrimento
esse belo sentimento
nasça, cresça e permaneça.
Bráulio Bessa, Poesia que transforma