Dar à luz uma criança
é iluminar seus dias,
dividir suas tristezas,
somar suas alegrias,
é ser o próprio calor
naquelas noites mais frias.
Dar à luz é estar perto,
é sempre chegar primeiro,
é ter o amor mais puro,
mais honesto e verdadeiro,
amar do primeiro olhar
até o olhar derradeiro.
Dar à luz é se estressar,
é não conseguir dormir,
é ser quase “odiado”
por dizer: — Não vai sair.
Dar à luz é liberar,
mas também é proibir.
Dar à luz é ser herói
com um papel de vilão,
é saber regrar o SIM
e nunca poupar o NÃO.
Não é traçar o caminho,
é mostrar a direção.
Dar à luz é ser presente
nos momentos mais cruéis,
é ensinar que os dedos
valem mais do que os anéis,
e mostrar que um só lar
vale mais que mil hotéis.
Dar à luz é se doar
é caminhar lado a lado,
é a missão de cuidar,
de amar e ser amado,
é ser grato por um dia
também ter sido cuidado.
É conhecer o amor
maior que se pode amar,
é a escola da vida
que insiste em ensinar
que pra dar à luz um filho
não é preciso gerar.
É entender que o sangue
nesse caso é indiferente.
Duvido o DNA
dizer o que a gente sente.
É gerar alguém na alma
e não biologicamente.
Pois não tem biologia
nem lógica pra explicar,
amor de pai e de mãe
não se resume em gerar,
quem gera nem sempre cuida,
mas quem ama vai cuidar…
Vai cuidar independente
da cor que a pele tem,
da genética, do sangue,
o amor vai mais além.
O amor tem tanto brilho
que quem adota um filho
é adotado também.
Bráulio Bessa, Poesia que transforma
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Lindo. Adoção é adotar e ser adotado.