Todo dia ela passava
desfilando em nossa rua
formosa que só a lua
que de noite alumiava.
Porém nunca reparava
que eu ficava agoniado
beirando ser infartado
e morrer pela titela
só por não dizer a ela:
I love you bem lovado!
Um dia meus zói zoiaram
o jeitim dela andando
os cabelim balançando
meus frivior friviaram.
Mil cupidos me flecharam
me deixando apaixonado,
babando, besta e lesado,
segurando na mão dela.
Nesse dia eu disse a ela:
I love you bem lovado!
Depois foi tanto chamego,
beijo e cheiro no cangote
meu peito dava pinote
num grande desassossego.
Sem nunca pedir arrego
o namoro era arrochado
fosse em pé, fosse sentado,
atrepado na janela.
Eu sempre dizia a ela:
I love you bem lovado!
Com ela nada era igual
tudo me surpreendia
todo prosa eu me sentia
sortudo e especial.
Feito um cururu no sal,
eu cheguei todo inchado
pra lhe pedir em noivado
de forma pura e singela
e de novo eu disse a ela:
I love you bem lovado!
Debaixo de um cajueiro
deu-se nosso casamento
gastando um orçamento
sem carecer de dinheiro.
Tinha um amor verdadeiro,
amigos por todo lado,
bem querê e chamegado
dela em neu e deu em nela.
Gritei sim e disse a ela:
I love you bem lovado!
Numa casinha alugada
ajuntemos nossos troços
e também nossos esforços
pra seguir nossa jornada.
Uma dura caminhada
mas com Deus ao nosso lado
nosso trabalho suado
enchia cada panela
e eu feliz dizendo a ela:
I love you bem lovado!
Os dias vão se espremendo
já passaram alguns anos,
sonhamos, fizemos planos,
enfim, estamos vivendo.
O tempo vai escorrendo
sem poder ser controlado
mas esse amor arretado
não quebra nem se esfarela.
Vou morrer dizendo a ela:
I love you bem lovado!
Bráulio Bessa, Poesia que transforma