Um dia eu imaginei
um mundo sem armamentos,
sem brigas religiosas,
sem ataques violentos,
sem bombas, tiros e balas,
sem ninguém fazendo as malas
fugindo dos sofrimentos.
Um dia eu imaginei
um mundo sem terrorismo,
sem preconceito nenhum,
sem vingança, sem racismo,
sem a tal intolerância
munida pela ganância
e tanto individualismo.
Um dia eu imaginei
um mundo que não tem guerra,
que não se derrama sangue
por um pedaço de terra.
Sem grade, muro, barreira.
Às vezes numa poeira
a humanidade se enterra.
Um dia eu imaginei
um mundo sem ditadores,
um mundo sem julgamentos
desses falsos julgadores
que enchem nossos caminhos
com um monte de espinhos
e arrancam nossas flores.
Um dia eu imaginei
um jornal com a matéria:
O mundo hoje está livre
de toda fome e miséria
que as guerras têm causado
deixando o homem curado
dessa doença tão séria.
Nesse mundo, todo mundo
sabia se respeitar,
cada um com sua fé,
com seu jeito de pensar,
buscando fazer o bem
sem fazer mal a ninguém,
procurando melhorar.
Nesse mundo, todo mundo
podia se abraçar,
conhecer outras culturas,
ir pra longe e viajar,
apreciar a beleza
carregando a certeza
de que um dia pode voltar.
Nesse mundo, todo mundo
entendia o que era amar,
repartia cada pão,
fazia o bem sem cobrar,
convivendo em harmonia,
e sempre que alguém caía
tinha alguém pra levantar.
Nesse mundo, todo mundo
aprendeu a ajudar,
a olhar também pro outro
com a missão de cuidar
com amor e alegria,
e sempre que alguém sofria
tinha alguém pra confortar.
Parece até fantasia,
difícil de acreditar.
Há quem diga que é bobagem,
que é loucura imaginar.
Mas não perco a esperança,
é imaginando a mudança
que se começa a mudar!
Bráulio Bessa, Poesia que transforma