Quando a vida lhe cobrar
uma grande decisão,
escute um conselho amigo,
aceite uma opinião,
mas antes de decidir
decida também ouvir
a voz do seu coração.
Pois quando o coração fala,
o próprio coração sente.
E essa voz bem baixinha
que sai do peito da gente
às vezes nem é ouvida,
mesmo sendo mais sabida
do que os gritos da mente.
Escute mais sua voz
e menos a voz do mundo.
Afinal você conhece
o que há de mais profundo
no seu verdadeiro eu,
do momento em que nasceu
ao derradeiro segundo.
É nesse breve intervalo
do nascimento à morte
que ouvimos tantas vozes:
a fé, a dúvida, a sorte,
a tristeza, a esperança.
Mas, se botar na balança,
sua voz é a mais forte.
Escute sua risada
sem medo de incomodar.
Procure no peito tudo
que já lhe fez gargalhar.
Você vai poder se ouvir
e perceber que sorrir
é um jeito de falar.
Escute sua tristeza,
escute sua amargura.
Escutar as próprias dores
nunca foi autotortura.
Na medicina da vida
conhecer cada ferida
é o começo da cura.
Converse consigo mesmo,
comece a se questionar:
pra onde você quer ir,
até onde quer chegar.
Pergunte por que seguir.
Quando a resposta surgir,
se aprende a não parar.
Não parar de se ouvir,
não parar de se amar,
não parar de se sentir,
não parar de duvidar
daquilo que o mundo diz
pra lhe fazer infeliz
na busca de lhe parar.
Não parar de escutar
o que sua alma grita,
não parar de acreditar
que a vida é mais bonita
pra quem se escuta e vive
acreditando inclusive
no que ninguém acredita.
Bráulio Bessa, Um carinho na alma
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