Quando me perdi de mim,
eu, assombrada
com o que acontecia à minha volta,
tentei achar a porta da morada
de um lugar que já não estava mais
onde o deixei.
Já não sabia mais qual o caminho
onde achar um mapa ou estrela que orientasse
se a voz de Deus já não chegava nesse abismo
se já não havia mais quem me escutasse.
Se eu soubesse que cada pecado que cometi
e quando, mesmo doendo, eu dei a outra face,
cada batalha que enfrentei
e cada vez que deixei que me cortassem,
que tudo isso foi a mistura necessária
pra que eu aos poucos me tornasse
a purificação desse estado de coisas
que agora me transforma no que sou.
Não existe mais procura do caminho.
O caminho é apenas onde estou.
Bruna Lombardi, Clímax
1 Comentário
Wilson Munhoz
04/06/2021 at 16:58Bruna, sempre tão sensível. Me tocou com esse poema cheio de significado para mim, que sempre estou a questionar o meu caminho e as coisas que nele faço e, pior, o que deixo de fazer.