Cinco da manhã. Subo a escadaria de Montmartre
esmagando, na mão direita, a carta do diretor
do internato que relata a expulsão do meu filho.
Ele terá agora que vir morar comigo em Paris.
O menino saberá então que caí na vida, que
acompanho velhos gordos e bêbados em táxis e
que às vezes danço nua para completar o
mês. Há anos, porém, não beijo ninguém na boca.
Caio Meira, Romance
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