Um imigrante
bate fotos trepado
no toldo de
um quiosque
a multidão grita
em frente ao Banco
aparece um malabar
aparece um pastor
imagens da pura
desconexão
aparecem as montanhas
lilases do Cáucaso
mas na foto buscada só
aparece a imagem
da menina
com seu coelho
de pelúcia
sua dobra
cor de ferrugem
contra a luminosidade
Os rostos
se sucedem
nos monitores
dentro da
sala de segurança
do Banco
como projeção
de slides
todos ali riem
quando veem
um falso
Vladimir Ilitch
bêbado
se engraçando
com a jovem
olhos de guepardo
leitora de Rilke
seios grandes
Entre tantos
manifestantes
é ela quem arranca
a primeira
ereção do dia
do segurança
de óculos espelhados:
uma pequena
vibração
em um dia cheio
de vibrações
Carlito Azevedo, Monodrama
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