Em torno de um bordão organiza-se o espírito.
O bordão, seu poder e sua circunstância.
Nada ocorre de belo, nada ocorre de mal
fora da sonoridade do bordão.
Repetir é viver e criar ressonâncias
constringidas pelo muro de um jardim
que não chega a florir e esparze cicatrizes
de begônias violáceas em hora de sentir.
De sentir ou voltar à pauta do bordão,
e asas presas no sótão ou no campo filmado?
Que se escuta afinal ou não se escuta mais
no pingar repetido, no vácuo prefixado de sempiterno bordão?
Carlos Drummond de Andrade, Farewell