Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade – Bordão

Em torno de um bordão organiza-se o espírito.
O bordão, seu poder e sua circunstância.
Nada ocorre de belo, nada ocorre de mal
fora da sonoridade do bordão.

Repetir é viver e criar ressonâncias
constringidas pelo muro de um jardim
que não chega a florir e esparze cicatrizes
de begônias violáceas em hora de sentir.

De sentir ou voltar à pauta do bordão,
e asas presas no sótão ou no campo filmado?
Que se escuta afinal ou não se escuta mais
no pingar repetido, no vácuo prefixado de sempiterno bordão?

Carlos Drummond de Andrade, Farewell

Tudo é Poema

Publicado por
Tudo é Poema

Poemas Recentes

Ana Martins Marques – Por exemplo

Por exemplo alguém… Leia Mais

11 horas atrás

Elisa Lucinda – Além do harém

Aquela que em… Leia Mais

11 horas atrás

Sérgio Vaz – Um sonho

Ontem eu sonhei… Leia Mais

12 horas atrás