O cavalo sabe todos os caminhos,
o cavaleiro não.
A trompa
ecoa no azul longe
e no peito do viajante perdido.
Afinal os homens se encontram,
ninguém na terra é sozinho.
Caçadores chegam em festa
barbas faíscam ao sol
entre veados mortos
e ladridos.
O braço aponta o rumo
o braço goza a turbação.
Oi neto de boiadeiros
oi filho de fazendeiros
que nem sabes teus carreiros!
Que mais sabes?
Foge o tropel da trompa na poeira.
Tudo na terra é sozinho.
Carlos Drummond de Andrade, Boitempo I
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