Eu quisera ver o mundo
como o vê Sérgio Bernardo:
ver, no mundo, os muitos signos
que vigiam sob as coisas.
Sentir, sob a forma, as formas,
os segredos da matéria,
mais a textura dos sonhos
de que se forma o real.
Ver a vida em plenitude
e em seu mistério mais alto;
decifrar a linha, a sombra,
a mensagem não ouvida
mas que palpite na Terra.
Eu quisera ter os olhos
que assim penetram o arcano
e o tornam (poder da imagem)
um conhecimento humano.
Carlos Drummond de Andrade, Amar se aprende amando