Olha o dragão na igreja do Rosário.
Amarelo dragão envolto em chamas.
Não perturba os ofícios.
Deixa-se queimar, maçã na boca,
olhos no alto:
olha a Virgem
entregando o rosário ao frade negro
na igreja dos negros.
Dragão dividido
entre a sensualidade da maçã
e a honra inefável concedida
ao negro que ele não pôde devorar.
Carlos Drummond de Andrade, Boitempo – tempo para lembrar
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