Amar na luz ou à sombra de um cometa,
com o tempo fugível, fugitivo.
O barulho das ondas afugenta
o que restou de mim sob o rochedo.
Amar com as horas todas, aturdindo
os corpo nus, as almas, os sentidos.
E perceber que a amada está fluindo
até o som, e aos peixes perseguindo.
E é por isso que neles vou descendo
e não sei se é amor, que já me invade,
ou por ele que morro em toda a parte.
Ou terei de morrer, se já me fogem
as vagas de um viver, que à vida solvem,
apenas por estar com o amor fluindo.
Carlos Nejar, Amar, a mais alta constelação
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