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D. H. Lawrence

D. H. Lawrence

D. H. Lawrence – Toque

D. H. Lawrence

Desde que nos tornamos tão cerebrais
não suportamos tocar ou sermos tocados.

Desde que somos tão cerebrais
estamos humanamente sem contato.

E assim temos que continuar.
Pois se, intelectualmente, nos forçamos ao toque, ao contato,
físico e carnal,
nós nos violamos,
ficamos depravados.

D. H. Lawrence, Tudo que vive é sagrado – William Blake, D. H. Lawrence

D. H. Lawrence

D. H. Lawrence – Ser Superior

D. H. Lawrence

Como é bom ser superior!
Pois, realmente, não adianta fingir, somos superiores, não somos?
Quero dizer, pessoas como você e eu.

Claro! Concordo totalmente.
O problema é que todos pensam que são tão superiores
quanto nós; tão superiores quanto.

Isso é tão enfadonho! as pessoas são tão enfadonhas.
Mas elas não podem pensar dessa maneira, concorda?
No fundo, devem saber que somos realmente superiores,
concorda?
Você não acha, realmente, que elas sabem que somos seus superiores?

Não poderia dizer.
Nunca fui ao fundo da superioridade.
Gostaria de ter ido.

D. H. Lawrence, Tudo que vive é sagrado

D. H. Lawrence

D. H. Lawrence – Os dois lados da medalha

D. H. Lawrence

E porque você me ama,
você pensa que não me odeia?
Ah, desde que você me ama
até ao arrebatamento
segue-se que você me odeia arrebatadamente.

Porque quando você me ouve
ir estrada abaixo fora da casa
você tem que chegar à janela para me ver,
acha que é pura adoração?

Porque, quando me assento no quarto,
aqui, na minha própria casa,
e você quer expandir-se com este meu amigo,
amigo como ele é,
mesmo assim você não pode ir além da sua consciência de mim,
você se detém por eu estar no mesmo mundo com você,
pensa que isto é êxtase somente?
harmonia total?

Nenhuma dúvida, se eu estivesse morto, você deveria
alcança-me na morte,
mas não iria o seu ódio demente muito além do seu amor?
o seu ódio apaixonado, inacabado?

Visto que você está apaixonada por mim,
como eu por você,
não fica essa paixão no seu caminho como o asno de Balaão?
e não sou eu o asno de Balaão
boca de ouro, ocasionalmente?
Acima de tudo, não detesta você meu zurro?

Desde que você está confinado à minha órbita
não detesta o confinamento?
Não é até mesmo a beleza e paz de uma órbita
uma prisão intolerável para você,
como é para todo mundo?

Mas nós aprendemos a nos submeter
cada um de nós à órbita eterna e equilibrada
na qual circundamos nosso destino
em estranha conjunção.

O que é o caos, meu amor?
Não é liberdade.
Uma desordem de estrelas cadentes resultando em nada.

D. H. Lawrence, Tudo que vive é sagrado