Estamos repletos de inutilidades,
suas, minhas,
inutilidades de família,
de valor inestimável.
Quinquilharias, ninharias,
boiando no pó, atiradas em caixas,
envelopes rasgados, gavetas.
Ninguém se arrisca a botar fora
esses tesouros de um reino perdido
entre os guardados.
Em quantos sacos de lixo,
sacos grandes de cem litros,
vai caber todo o passado?
Ricardo Silvestrin, Carta aberta ao Demônio