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Sosígenes Costa

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Sosígenes Costa – Pavão Vermelho

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Ora, a alegria, esse pavão vermelho,
está morando em meu quintal agora.
Vem pousar como um sol em meu joelho
quando é estridente em meu quintal a aurora.

Clarim de lacre, esse pavão vermelho
sobrepuja os pavões que estão lá fora.
É uma festa de púrpura. E o assemelho
a uma chama do lábaro da aurora.

É o próprio doge a se mirar no espelho.
E a cor vermelha chega a ser sonora
nesse pavão pomposo e de chavelho.

Pavões lilases possuí outrora.
Depois que amei esse pavão vermelho,
os meus outros pavões foram-se embora.

Sosígenes Costa, Poesia completa

Sosígenes Costa

Sosígenes Costa – Tornou-se o por-do-sol um nobre entre os rapazes

Sosígenes Costa

Queima sândalo e incenso o poente amarelo
perfumando a vereda, encantando o caminho.
Anda a tristeza ao longe a tocar violoncelo.
A saudade no ocaso é uma rosa de espinho.

Tudo é doce e esplendente e mais triste e mais belo
e tem ares de sonho e cercou-se de arminho.
Encanto! E eis que já sou o dono de um castelo
de coral com porões de pedra e cor de vinho.

Entre os tanques dos reis, o meu tanque é profundo.
Entre os ases da flora, os meus lírios lilases
Meus pavões cor de rosa os únicos do mundo.

E assim sou castelão e a vida fez-se oásis
pelo simples poder, ó por-do-sol fecundo,
pelo simples poder das sugestões que trazes.

Sosígenes Costa, Obra poética