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Tristan Corbière

Tristan Corbière

Tristan Corbière – Infante em seu lençol

Tristan Corbière

O prazer te foi duro, mais fácil é o mal
Deixa-o vir à luz do dia.
À musa funesta já não se faz madrigal;
Vais e o anjo fica — à revelia —

Teu lenço conhece o pus, e teu lençol o fel;
Canta, mas deixa essa mania
De sair à rua estendendo teu chapéu,
Por vinténs de amor ou ironia.

Agora dorme: eis o sono que liberta;
Com tua agonia a Morte brinca esperta,
Como o gato magro e o rato;

Sorrateira, a pata te lança ou te deita.
E o velho paroxismo ainda te deleita:
Torce a boca, escuma… e seja grato.

Tristan Corbière, Os amores amarelos

Tristan Corbière

Tristan Corbière – Aventura galante e a ventura

Tristan Corbière

Eu faço o ponto, quando belo vai o dia,
Para a passante que, com satisfação,
À ponta da sombrinha me fisgaria
O piscar da pupila, a pele do coração.

E acho que estou feliz – um pouco – é a vida:
O mendigo distrai a fome na bebida…

Um belo dia – triste ofício! – eu, assim,
– Ofício!.. – velejava. Ela passou por mim.
– Ela quem? – A Passante! E a sombrinha também!
Lacaio de carrasco, toquei-a… – porém,

Contendo um sorriso, Ela espiou meus botões
E… estendeu-me a mão, e…
me deu uns tostões.

Tristan Corbière, Os amores amarelos