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Walt Whitman

Walt Whitman

Walt Whitman – A ti, Ó Democracia

Walt Whitman

Venha, farei o continente indissolúvel,
Farei a mais esplêndida raça sobre a qual o sol jamais brilhou,
Farei divinas terras magnéticas,
Com o amor dos camaradas,
Com o amor de toda vida dos comadaradas.

Plantarei o companheirismo copioso como árvores ao longo de todos os rios da América e ao longo das margens dos grandes lagos e por todas as pradarias,
Farei cidades inseparáveis, cada uma com os braços em volta do pescoço da outra,
Pelo amor de camaradas,
Pelo másculo amor de camaradas.

A ti, isto de mim, Ó Democracia, a fim de servi-la ma femme!
A ti, a ti estou trinando estas canções.

Walt Whitman, Grandes Poetas da Língua Inglesa do século XIX

Walt Whitman

Walt Whitman – Lágrimas

Walt Whitman

Lágrimas! lágrimas! lágrimas!
Na noite, em solidão, lágrimas,
Na alva praia pingando, pingando, absorvida pela areia,
Lágrimas, nem uma estrela brilhando, tudo sombrio e solitário,
Úmidas lágrimas dos olhos de uma cabeça encoberta;

Oh quem é aquele fantasma? aquela forma na sombra, com lágrimas?
Que massa disforme é aquela, curvada, agachada lá na areia?

Lágrimas vertentes, soluçantes lágrimas, angústias, engasgadas com brados selvagens;

Oh tormenta, encarnada, se erguendo, disparando em passos rápidos pela praia!
Oh tormenta noturna selvagem e sinistra, com vento – Oh vazante e desesperado!

Oh sombra tão sóbria e digna de dia, com sereno semblante e regulado ritmo,
Mas ausente à noite quando voas, ninguém olhando –
Oh aí então o alastrado oceano,
De lágrimas! lágrimas! lágrimas!

Walt Whitman

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Walt Whitman – Eu canto um eu

Walt Whitman

Eu canto um eu, uma pessoa simples separada,
Porém profiro a palavra Democrático, a palavra En-Masse.
Fisiologia dos pés à cabeça canto,
Não só fisionomia nem só cérebro é digno da Musa,

Digo que a Forma completa é muito mais digna,
A Feminina igualmente com a Masculina canto.
Da Vida imensa em paixão, pulso e poder,
Jovial, formado para a ação mais livre sob as leis divinas,

O Homem Moderno canto.


Walt Whitman, Folhas da relva

Walt Whitman

Walt Whitman – Quando ponderei em silêncio

Walt Whitman

Quando ponderei em silêncio,
Repensando meus poemas, considerando, delongando,
Um Fantasma surgiu ante mim com descrente aspecto,
Terrível em beleza, idade e potência,

O gênio de poetas de antigas terras,
A mim volvendo feito flama seus olhos,
Com dedo apontando muitas canções imortais,

E voz ameaçadora, Que cantas tu? Disse,
Não sabes que há somente um tema para bardos persistentes?
E esse tema é o da Guerra, o destino das batalhas,
O preparo de soldados perfeitos.

Que assim seja, então respondi,

Eu também altiva Sombra também canto guerra,
E uma mais longa e maior que todas,
Mantida em meu livro com vário destino, com fuga, avanço e recuo,
Vitória adiada e hesitante,

(Porém acho certo, ou tanto quanto certo, por fim,) o campo o mundo,
Pela vida e morte, pelo Corpo e pela Alma eterna,
Vê, também vim, cantando o cântico das batalhas,
Eu acima de tudo promovo valentes soldados.

 

Walt Whitman, Folhas da relva

Walt Whitman

Walt Whitman – Às vezes com quem amo

Walt Whitman

Às vezes com quem amo fico cheio de raiva,
por medo de estar dando amor não retribuído;
agora penso porém que não há amor sem retribuição,
a paga é certa de uma forma ou outra.
(Amei certa pessoa ardentemente e meu amor não foi retribuído,
mas desse alguém eu tirei com que escrever
estes cantos.)

Walt Whitman, Folhas de Relva

Walt Whitman

Walt Whitman – A Criança e a Relva

Walt Whitman

Uma criança disse:
O que é a relva? – trazendo um tufo em suas mãos;
O que dizer a ela?… sei tanto quanto ela o que é a relva.

Vai ver é a bandeira do meu estado de espírito,
tecida de uma substância de esperança verde.
Vai ver é o lenço do Senhor,
Um presente perfumado e o lembrete derrubado por querer,
Com o nome do dono bordado num canto,
pra que possamos ver e examinar, e dizer:
– É seu?

Walt Whitman, Folhas da Relva