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Yitzhak Ben-Gurion

Yitzhak Ben-Gurion

Yitzhak Ben-Gurion – Derretendo de bobo

Moça
Em oração pedi,
Deus sabe, ouça,
Para não lembrar-me de ti.

Ser querido
Não quero,
Ser preterido
Espero.

Para não andar,
Andando por aí,
Derramando-me,
Como água em si.

Para não me desmanchar,
Derretendo-me todo;
Não me diluir, desgastar,
Não me entregar feito um bobo.

Moça,
A Deus, decerto, pedi
Em prece insossa.
Minhas palavras sem fé ouvi.
Que ao querer-te
Não me ouça o grito.
Que ao buscar-te
Te esconda no infinito.

 

Yitzhak Ben-Gurion, Farofa de poesias

Yitzhak Ben-Gurion

Yitzhak Ben-Gurion – Sorriso sideral

Atravesso em sonho
A paisagem que faço existir.
No horizonte, um sorriso sideral,
Derramando vem, o imenso luzir.

Desamarrando d’águas fontes,
Desatando asas que aos ares se lançam.
Aquecendo corpos que dantes,
Inertes, à mercê das sombras, descansam.

O luzir se derrama em capilares raios encaracolados
Purpureando tudo que toca,
Quais gavinhas dos céus lançadas,
Fundindo terra e céu com tua boca.

Yitzhak Ben-Gurion, Farofa de Poesias

Yitzhak Ben-Gurion

Yitzhak Ben-Gurion – Flutuar

Sabia que as rosas flutuam?

Sim, quando o vento sopra elas voam e vão se misturar às estrelas.
É assim que nascem as estrelas,
De pequeninas rosas que foram beijadas pelos beija-flores.

Uma flor que não tenha sido beijada nunca será uma estrela.
As estrelas nascem é das rosas, não tem nada a ver com
Explosões mega-atômicas, nem com fogos destruidores.

As estrelas nascem suavemente.
Deve ser por isso que é tão suave amar-te, tão profundo conhecer-te.
É assim: primeiro tu sorris, aí nasce uma flor.
Mas não é qualquer flor, ela tem que sorrir também.
Uma rosa aberta é uma rosa feliz.
Aí vem o vento, faz-lhe carinho e a leva para bem longe.

Mas não tão longe que não possamos vê-la.
Ela fica lá no céu, dependurada, tremeluzindo, toda delicadinha.
Por isso que o céu, à noite, parece um jardim de cabeça para baixo.

Yitzhak Ben-Gurion, Farofa de Poesias