Daquele que antes ouvistes,
vede o que volta:
alguém que pisa no mundo
tonto em seu grande tumulto
de concha morta.
Que rostos incompreensíveis,
que sepultadas palavras
aqui me esperam?
Não sei dos vossos motivos.
Eu caminhava nas nuvens,
além da terra.
Na minha fluida memória,
meu tempo não sabe de hora.
Apenas sabe
de grandes campos sem teto.
Nos céus tão vastos e abertos,
que é porta ou chave?
Que corredores me apertam?
De que paredes me cerca
vossa hospedagem?
Que existe por estas salas?
Meu nome agora é diverso.
Indeclinável.
Cecilia Meireles, O aeronauta
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