Ah! Menina tonta,
toda suja de tinta
mal o sol desponta!
(Sentou-se na ponte,
muito desatenta…
E agora se espanta:
Quem é que a ponte pinta
Com tanta tinta?…)
A ponte aponta
e se desaponta.
A tontinha tenta
limpa a tinta,
ponto por ponto
e pinta por pinta…
Ah! A menina tonta!
Não viu a tinta da ponte!
Cecilia Meireles, Ou isto ou aquilo
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Nossa, eu conheço esse poema desde meus 9 anos de idade e me marcou muito. Isso faz 27 anos.
Lembro da gravura no livro onde tinha esse poema, fazia a segunda série devia ter uns 8 anos... Que tempo rápido lá se vão mais de 40 anos e lembro sempre desse poema quando ouço as palavras tinta e tonta :)
Que lindo como a memória se conecta com os versos de um poema! Às vezes, uma palavra ou imagem fica marcada em nós, atravessando o tempo. É incrível como esses momentos ficam tão vivos, mesmo após tantos anos. Obrigado por compartilhar essa lembrança!