Sou muito feliz assim, sozinho.
Sinto a solidão como uma estrada,
Que do meu vazio leva a nada.
Nunca alguém se põe no meu caminho.
Posso mais querer que o passarinho,
Que não tem amor, ciúme ou pranto?
Sem poder sofrer tal desencanto,
Largo eu vôo e plácido definho.
Tenho mil razões para esse jeito
Meu de ser assim tão afastado
Das mais vis tristezas que não tive.
Mas não conto – eu, que sou calado –
Como se alcança o fim perfeito.
Não vou te ensinar como se vive!
Cesar Nascimento, Mensagem do Exílio