Cesar Nascimento – Novamente menino

Num reino que imaginei quando infante,
Minha rainha tinha os olhos teus.
E naquele reino, agora distante,
Eu enfrentava a inveja de Deus.

Mas eis-me velho, sabido, cansado,
Desenganado e entre os filisteus.
Foi-se a rainha e o reino dissipado.
Morto o menino, seu sonho morreu.

Mas a despeito do passado inglório,
Vi que o destino jamais me esqueceu,
Pois só com o brilho que sai de teus olhos,
Tu me tornaste o maior dos plebeus.

 

Cesar Nascimento, Nuvem