Charles Bukowski

Charles Bukowski – Má sorte

Charles Bukowski
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há bo­as coi­sas em vol­ta se vo­cê
pro­cu­rar bem.
eu me lem­bro de uma vez no cam­po de con­cen­tra­ção ale-
­mão
em que agar­ra­mos um ve­a­do
eles vêm a ca­lhar quan­do não há mu­lher dis­po­ní­vel
e nós ca­ga­mos ele a pau pri­mei­ro
e aí pas­sa­mos ele de mão em mão
e fi­ze­mos ele chu­par o pau de um ca­ra
en­quan­to o ou­tro ca­ra ar­rom­ba­va ele
e até mes­mo um dos guar­das ale­mães se jun­tou
e apro­vei­tou um pou­co – que noi­te!
e aque­le ve­a­do não con­se­guiu an­dar por um mês
e cer­ta noi­te ele foi mor­to a ti­ros
ten­tan­do es­ca­par pe­lo ara­me
e eu me lem­bro do Harry ge­men­do
en­quan­to via o cor­po do bi­cha sen­do car­re­ga­do
com aque­les 2 bu­ra­cos na ca­be­ça:
“lá se vai o me­lhor ra­bo que eu já
pe­guei!”

Charles Bukowski, Tempestade para os vivos e para os mortos

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