Em flácido divã ela resvala
Na alcova – bem feliz, alegremente,
E o fresco penteador alvinitente,
De nardo e benjoim o aroma exala.
E o noivo todo amor, assim lhe fala,
Por entre vibrações do olhar ardente:
Pertences-me afinal, pomba dormente
Parece que a razão de gozo, estala.
Mas eis – corre-se então nívea cortina:
E a plácida, a ideal, a branca lua
Derrama nos vergéis a luz divina…
Depois… Oh! Musa audaz, ousada, e nua,
Não rompas esse véu de gaze fina
Que encerra um madrigal – Vamos… recua!…
Cruz e Souza, O Livro Derradeiro
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