Estás morto, estás velho, estás cansado!
Como um suco de lágrimas pungidas
Ei-las, as rugas, as indefinidas
Noites do ser vencido e fatigado.
Envolve-te o crepúsculo gelado
Que vai soturno amortalhando as vidas
Ante o repouso em músicas gemidas
No fundo coração dilacerado.
A cabeça pendida de fadiga,
Sentes a morte taciturna e amiga,
Que os teus nervosos círculos governa.
Estás velho estás morto! Ó dor, delírio,
Alma despedaçada de martírio
Ó desespero da desgraça eterna.
Cruz e Souza, Últimos Sonetos
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Não sou especialista em Cora Coralina, mas isto não parece um poema dela.
Aliás, é um soneto (que aqui está apresentado sem as estrofes).
Espera, fui pesquisar e aparece como sendo de Cruz e Souza.