O amor? Seria o fruto
trincado até mais não ser?
(Mas para lá do prazer
a Vida estava de luto…)
Fui plantar o coração
no infinito: uma flor…
(Mas para lá do fervor
a Vida gritou que não!)
O amor? Nem flor nem fruto.
(Tudo quanto em nós vibrara
parecia pronto a ceder…)
Foi apenas um minuto:
a fome intensa, tão rara!,
de ser criança, ou morrer…
David Mourão-Ferreira, Obra poética
Sem comentários