Deborah Brennand – Sem preconceito
Senta no primeiro degrau
o mais baixo, todo esmagado,
onde a pedra se une à terra
sem preconceitos.
Ambas têm veios negros.
E sê atenta aos sinais
a alma é muda. Mas,
o coração entende
e traduz bem
o que ela diz calada.
Escuta e sê atenta
lodo e escorpiões
juntos nas frestas
fingem amorosa inocência.
Sem preconceito, são inocentes?
Deborah Brennand, Poesia reunida