No dia das bodas te vi…
Tomando‑te o ardente rubor,
Mau grado a festa em redor
E o mundo do amor diante ti.
E em teu olhar uma faísca
(Oh, quem ma possa explicar!)
Foi quanto pôde alcançar
O Amor ferido em minha vista.
Decoro virginal seria
O teu rubor (e por que não?)
Mas do seu brilho um fogo ardia
No destroçado coração
De quem te viu nas tuas bodas
Com fundo rubor te inflamando,
Mau grado a festa em redor
E o mundo de amor te adorando.
Edgar Allan Poe, Obra poética completa
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