Eu li as cartas de amarelo-limão que você me escreveu.
As minhas cartas de amor você também leu.
Sofri as besteiras dos nãos que você me deu e nem percebeu.
Reuni com segredos e em cofre de amarelo ouro
seu amor glacial por mim, meu tesouro.
Fiz com você nosso poema mais corpo,
mais chique, mais fruto, mais louco:
nosso filho, o amarelo ovo, amarelo novo!
Sorvi com você o desejo de uma vida cheia,
uma vida vindoura,
uma vida verdadeira e plena de cenas,
um lindo amor,
amarelo gema.
Elisa Lucinda, A fúria da beleza