Fazia roupinhas de boneca, meu Deus,
tão linda que ela era!
Tão linda…
os vestidinhos, bem-feitos e muito bem acabadinhos
por dentro e por fora,
eram arte.
Eu disse: como você é linda
fazendo estas roupinhas de boneca! Linda!
Ela me olhou doce e, de dentro dos olhos
de seus sessenta e cinco anos,
saltou a menina de oito pra me dizer, singela:
é só tirar o modelo.
Senti amor pela senhora e pela pequena.
Ah, tem gente que é poema!
Elisa Lucinda, A fúria da beleza