No caminho de metrô para casa,
o Gêmeo se esconde nos seus sentimentos
como se fossem um jardim murado
que não tenho direito de visitar.
Ele passa o tempo inteiro
jogando xadrez no celular.
“Gêmeo. Eu sei que você provavelmente se sentiu assim
a vida inteira, mas,
se Mami e Papi descobrirem sobre o Branquelo,
eles de fato vão te matar.”
Seus dedos movem uma torre pela tela,
atacando algum oponente imaginário.
“Cody. O nome dele não é Branquelo.
E eu sei o que Mami e Papi vão dizer.
O que você vai dizer também.”
Mas nem eu sei o que vou dizer.
Só sei que sempre quis mantê-lo em segurança,
mas isso faz dele um alvo
e não posso desviar as flechas que sei que estão chegando.
Elizabeth Acevedo, A poeta X
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