Emídio de Miranda

Emídio de Miranda – Esta que passa

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Foi minha amante esta mulher que passa…
Sorveu-me em beijos todo meu ideal!
E comigo bebeu na mesma taça
O vinho do desejo sensual…

Muito tempo possuímos nós sem jaça,
A gema da ventura triunfal.
Mas um dia partiu…E ei-la devassa,
Bracejando no pélago do mal…

Quando ela passa, eu vejo na tristeza
Do seu olhar de erótica beleza
Todo brilho da orgia e da desgraça…

E não posso ficar indiferente,
Só porque afinal infelizmente,
Foi minha amante esta mulher que passa…

 

Emídio de Miranda, Amar, Verbo Atemporal

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2 Comentários

  • Responder
    Luciano Amaral
    13/07/2019 at 16:47

    Aqui, onde me vês, neste recanto
    Longe de todas as paixões sozinho
    As vezes rio e penso e choro e canto
    Mas na dor resplandeço e não definho…

    Alguém poderia me informar o autor do soneto que se inicia com este primeiro quarteto??
    Grato.
    Luciano Amaral
    luciano.amaral08@gmail.com

  • Responder
    João Alderney
    05/02/2023 at 10:45

    A PRONÚNCIA

    Nobel faz rima, sempre, com papel
    – haja grana e honraria ainda maior –
    mas a pronúncia tem que ser fiel
    essa palavra é pra saber de cor!

    Prêmio “Nóbel” jamais… Prêmio Nobel!
    Claro, é apenas, assunto pormenor
    mas, se disseres “Nóbel”, teu laurel
    escandinavo, vai ficar pior!

    Mas, por sabermos ser quase impossível
    nós ganharmos um dia esse “danado”
    chame-o Nóbel… Nobel… fico calado!

    Agora, amigo, vais ver-me irascível
    quando ouço “rúbrica” em vez de rubrica…
    nem pense o meu semblante como fica…

    João Alderney – outubro 2011

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