Foi minha amante esta mulher que passa…
Sorveu-me em beijos todo meu ideal!
E comigo bebeu na mesma taça
O vinho do desejo sensual…
Muito tempo possuímos nós sem jaça,
A gema da ventura triunfal.
Mas um dia partiu…E ei-la devassa,
Bracejando no pélago do mal…
Quando ela passa, eu vejo na tristeza
Do seu olhar de erótica beleza
Todo brilho da orgia e da desgraça…
E não posso ficar indiferente,
Só porque afinal infelizmente,
Foi minha amante esta mulher que passa…
Emídio de Miranda, Amar, Verbo Atemporal
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Aqui, onde me vês, neste recanto
Longe de todas as paixões sozinho
As vezes rio e penso e choro e canto
Mas na dor resplandeço e não definho...
Alguém poderia me informar o autor do soneto que se inicia com este primeiro quarteto??
Grato.
Luciano Amaral
luciano.amaral08@gmail.com
A PRONÚNCIA
Nobel faz rima, sempre, com papel
– haja grana e honraria ainda maior –
mas a pronúncia tem que ser fiel
essa palavra é pra saber de cor!
Prêmio “Nóbel” jamais… Prêmio Nobel!
Claro, é apenas, assunto pormenor
mas, se disseres “Nóbel”, teu laurel
escandinavo, vai ficar pior!
Mas, por sabermos ser quase impossível
nós ganharmos um dia esse “danado”
chame-o Nóbel… Nobel… fico calado!
Agora, amigo, vais ver-me irascível
quando ouço “rúbrica” em vez de rubrica…
nem pense o meu semblante como fica…
João Alderney – outubro 2011