Quer que o diga, não o digo,
o teu nome já não brilha
não o digo sob as cinzas
de janeiros muito antigos
mal respira nos escombros
desse breve apartamento
o teu nome quem diria
não é coisa que se diga
som de um som que
se partira não insista
já não tento já não posso
é simples o que te digo
e te digo sem remorso
calmamente sim repito
sem espanto não o digo
nenhuma pedra se move
rio seco letra morta.
Eucanaã Ferraz, Sentimental
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