Na minha oração era você meu sujeito,
meu predicado predileto.
Onde eu, você e nós éramos além de pronomes.
Mal sabia que, talvez o amor fosse apenas um objeto, direto.
E eu no singular, pensando no plural,
Acabei me tornando um mero sujeito oculto…
Faltou concordância e não era nominal.
Fui julgado, conjugado de forma errada,
Me perdi no tempo, tornei-me passado,
mais que imperfeito, faltaram verbos.
E no futuro do pretérito
havia um indicativo,
um problema que talvez, não fosse simples,
Composto talvez.
E vendo aquele caos difícil de entender,
na última lição de casa
o verbo amar, decidiu me ensinar
a conjugação do esquecer.
Fagner Mera, Folha vazia